Evolução Humana: Marina Silva
Marina Silva vai ao Fórum Social e participa da Campus Party
Senadora mantém intensa agenda de candidata; no RS, ela se reúne com associação de empresários
estadao.com.br
SÃO PAULO - A intensa agenda de campanha da senadora Marina Silva (PV-AC), que levou a pré-candidata a presidência a passar por um check-up de rotina na 2ª semana de janeiro, não dá sinal de que irá diminuir o ritmo. Marina vai passar a maior parte desta semana no Rio Grande do Sul, onde participa do Fórum Social Mundial e se reúne com empresários da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Depois, a ex-ministra do Meio Ambiente retorna para São Paulo, onde participa da Campus Party, evento de tecnologia que começou nesta segunda-feira.
Marina chega a Porto Alegre na terça-feira, 26, à noite. Na quarta-feira, 27, pela manhã, vai dar entrevistas a rádios e TV locais. À tarde, segue para São Leopoldo, onde participa do seminário "O Papel Público das Políticas na Garantia dos Direitos Sociais", na Unisinos. Às 20 horas, reúne-se com militantes do Partido Verde de Novo Hamburgo. Na quinta-feira, a senadora almoça com membros da Federasul, em Porto Alegre, e depois faz a palestra "Novos Parâmetros para o Desenvolvimento", que integra o Fórum Social Mundial.
Ainda não se sabe como será a recepção reservada pelo público do Fórum Social Mundial para a senadora. Na última semana, Marina criticou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula, autorizou seu partido a costurar uma aliança com o PSDB no Rio de Janeiro, em apoio à candidatura do deputado Fernando Gabeira ao governo do Estado, e viu o PSOL, que negociava uma aliança com o PV na corrida presidencial, abandonar o diálogo com seu partido por causa da articulação no Rio.
Na sexta-feira, a senadora volta para São Paulo para participar de um curso na oficina "Batismo Digital", na Campus Party. A oficina, de 20 minutos, ensina os primeiros passos da internet para leigos.
Com informações de Ana Conceição, da Agência Estado
***
Marina Silva: um novo olhar sobre o Brasil.* Artigo de Leonardo Boff -
"O novo olhar, adequado à crescente consciência da humanidade e à altura da crise atual, exige uma equação diferente entre ecologia e economia, uma redefinição de nossa presença no planeta e um cuidado consciente sobre o nosso futuro comum. Para estas coisas a direção atual do PT é cega. Não apenas não vê. É que não tem olhos. O que é pior", escreve Leonardo Boff, teólogo.
Eis o artigo.
Erram os que pensam que a saida da senadora Marina Silva do PT obedeçe a propósitos oportunistas de uma eventual candidatura à Presidência da República. Marina Silva saiu porque possuía um outro olhar sobre o Brasil, sobre o PAC (Programa de Acelaração do Crescimento) do governo que identifica desenvolvimento com crescimento meramente material e com maior capacidade de consumo. O novo olhar, adequado à crescente consciência da humanidade e à altura da crise atual, exige uma equação diferente entre ecologia e economia, uma redefinição de nossa presença no planeta e um cuidado consciente sobre o nosso futuro comum. Para estas coisas a direção atual do PT é cega. Não apenas não vê. É que não tem olhos. O que é pior.
Para aprofundar esta questão, valho-me de uma correspondência com o sociólogo de Juiz de Fora e Belo Horizonte, Pedro Ribeiro de Oliveira, um intelectual dos mais lúcidos que articula a academia com as lutas populares e as Cebs e que acaba de organizar um belo livro sobre “A consciência planetária e a religião”(Paulinas 2009) Escreve ele:
“Efetivamente, estamos numa encruzilhada histórica. A candidatura da Marina não faz mais do que deixá-la evidente. O sistema produtivista-consumista de mercado teima em sobreviver, alegando que somente ele é capaz de resolver o problema da fome e da miséria – quando, na verdade, é seu causador. Acontece que ele se impôs desde o século XVI como aquilo que a Humanidade produziu de melhor, ajudado pelo iluminismo e a revolução cultural do século XIX, que nos convenceram a todos da validade de seu dogma fundante: somos vocacionados para o progresso sem fim que a ciência, a técnica e o mercado proporcionam. Essa inércia ideológica que continua movendo o mundo se cruza, hoje, com um outro caminho, que é o da consciência planetária. É ainda uma trilha, mas uma trilha que vai em outra direção”.
“Muitos pensadores e analistas descobriram a existência dessa trilha e chamaram a atenção do mundo para a necessidade de mudarmos a direção da nossa caminhada. Trocar o caminho do progresso sem fim, pelo caminho da harmonia planetária”.
“Esta inflexão era a voz profética de alguns. Mas agora, ela já não clama mais no deserto e sim diante de um público que aumenta a cada dia. Aquela trilha já não aparece mais apenas como um caminho exclusivo de alguns ecologistas mas como um caminho viável para toda a humanidade. Diante dela, o paradigma do progresso sem fim desnuda sua fragilidade teórica e seu dogma antes inquestionável ameaça ruir. Nesse momento, reunem-se todas as forças para mantê-lo de pé, menos por meio de uma argumentação consistente do que pela repetição de que “não há alternativas” e que qualquer alternativa “é um sonho”.
“É aqui que situo a candidatura da Marina. É evidente que o PV é um partido que pode até ter sido fundado com boas intenções mas hoje converteu-se numa legenda de aluguel. Ninguém imagina que a Marina – na hipótese de ganhar a eleição – vá governar com base no PV. Se eventualmente ela vencer, terá que seguir o caminho de outros presidentes sul-americanos eleitos sem base partidária e recorrer aos plebiscitos e referendos populares para quebrar as amarras de um sistema que “primeiro tomou a terra dos índios e depois escreveu o código civil”, como escreveu o argentino Eduardo de la Cerna”.
“Mesmo que não ganhe, sua candidatura será um grande momento de conscientização popular sobre o destino do Brasil e do Planeta. Marina Silva dispensará os marqueteiros, e entrarão em campanha os seguidores de Paulo Freire”.
“Esta é a diferença da candidatura Marina. Serra, do alto da sua arrogância, estimula a candidatura Marina para derrubar Lula e manter a política de crescimento e concentração de riqueza. Lula, por sua vez, levanta a bandeira da união da esquerda contra Serra, mas também para manter a política de crescimento e de concentração da riqueza, embora mitigada pelas políticas sociais”.
“Marina representa outro paradigma. Não mais a má utopia do progresso sem fim, mas a boa utopia da harmonia planetária. A nossa visão não é restrita a 2010-2014. Estamos mirando a grande crise de 2035 e buscando evitá-la enquanto é tempo ou, na pior das hipóteses, buscar alternativas ao seu enfrentamento.
É por isso, por amor a nossos filhos, netos e netas, temos que dar força à candidatura da Marina. E que Paulo Freire nos ajude a fazer dessa campanha eleitoral uma campanha de educação popular de massas”.
Digo eu com Victor Hugo:”Não há nada de mais poderoso no mundo do que uma idéia cujo tempo já chegou”.
29/8/2009
Para ler mais:
•Uma Silva sucessora de um Silva?
www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Ite...
•O longo exílio da Terra
www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Ite...
•Fator Marina e os católicos
www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Ite...
•Qual será o futuro de nossos netos?
www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Ite...
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FONTE: INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS:
www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Ite...
Senadora mantém intensa agenda de candidata; no RS, ela se reúne com associação de empresários
estadao.com.br
SÃO PAULO - A intensa agenda de campanha da senadora Marina Silva (PV-AC), que levou a pré-candidata a presidência a passar por um check-up de rotina na 2ª semana de janeiro, não dá sinal de que irá diminuir o ritmo. Marina vai passar a maior parte desta semana no Rio Grande do Sul, onde participa do Fórum Social Mundial e se reúne com empresários da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul). Depois, a ex-ministra do Meio Ambiente retorna para São Paulo, onde participa da Campus Party, evento de tecnologia que começou nesta segunda-feira.
Marina chega a Porto Alegre na terça-feira, 26, à noite. Na quarta-feira, 27, pela manhã, vai dar entrevistas a rádios e TV locais. À tarde, segue para São Leopoldo, onde participa do seminário "O Papel Público das Políticas na Garantia dos Direitos Sociais", na Unisinos. Às 20 horas, reúne-se com militantes do Partido Verde de Novo Hamburgo. Na quinta-feira, a senadora almoça com membros da Federasul, em Porto Alegre, e depois faz a palestra "Novos Parâmetros para o Desenvolvimento", que integra o Fórum Social Mundial.
Ainda não se sabe como será a recepção reservada pelo público do Fórum Social Mundial para a senadora. Na última semana, Marina criticou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula, autorizou seu partido a costurar uma aliança com o PSDB no Rio de Janeiro, em apoio à candidatura do deputado Fernando Gabeira ao governo do Estado, e viu o PSOL, que negociava uma aliança com o PV na corrida presidencial, abandonar o diálogo com seu partido por causa da articulação no Rio.
Na sexta-feira, a senadora volta para São Paulo para participar de um curso na oficina "Batismo Digital", na Campus Party. A oficina, de 20 minutos, ensina os primeiros passos da internet para leigos.
Com informações de Ana Conceição, da Agência Estado
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Marina Silva: um novo olhar sobre o Brasil.* Artigo de Leonardo Boff -
"O novo olhar, adequado à crescente consciência da humanidade e à altura da crise atual, exige uma equação diferente entre ecologia e economia, uma redefinição de nossa presença no planeta e um cuidado consciente sobre o nosso futuro comum. Para estas coisas a direção atual do PT é cega. Não apenas não vê. É que não tem olhos. O que é pior", escreve Leonardo Boff, teólogo.
Eis o artigo.
Erram os que pensam que a saida da senadora Marina Silva do PT obedeçe a propósitos oportunistas de uma eventual candidatura à Presidência da República. Marina Silva saiu porque possuía um outro olhar sobre o Brasil, sobre o PAC (Programa de Acelaração do Crescimento) do governo que identifica desenvolvimento com crescimento meramente material e com maior capacidade de consumo. O novo olhar, adequado à crescente consciência da humanidade e à altura da crise atual, exige uma equação diferente entre ecologia e economia, uma redefinição de nossa presença no planeta e um cuidado consciente sobre o nosso futuro comum. Para estas coisas a direção atual do PT é cega. Não apenas não vê. É que não tem olhos. O que é pior.
Para aprofundar esta questão, valho-me de uma correspondência com o sociólogo de Juiz de Fora e Belo Horizonte, Pedro Ribeiro de Oliveira, um intelectual dos mais lúcidos que articula a academia com as lutas populares e as Cebs e que acaba de organizar um belo livro sobre “A consciência planetária e a religião”(Paulinas 2009) Escreve ele:
“Efetivamente, estamos numa encruzilhada histórica. A candidatura da Marina não faz mais do que deixá-la evidente. O sistema produtivista-consumista de mercado teima em sobreviver, alegando que somente ele é capaz de resolver o problema da fome e da miséria – quando, na verdade, é seu causador. Acontece que ele se impôs desde o século XVI como aquilo que a Humanidade produziu de melhor, ajudado pelo iluminismo e a revolução cultural do século XIX, que nos convenceram a todos da validade de seu dogma fundante: somos vocacionados para o progresso sem fim que a ciência, a técnica e o mercado proporcionam. Essa inércia ideológica que continua movendo o mundo se cruza, hoje, com um outro caminho, que é o da consciência planetária. É ainda uma trilha, mas uma trilha que vai em outra direção”.
“Muitos pensadores e analistas descobriram a existência dessa trilha e chamaram a atenção do mundo para a necessidade de mudarmos a direção da nossa caminhada. Trocar o caminho do progresso sem fim, pelo caminho da harmonia planetária”.
“Esta inflexão era a voz profética de alguns. Mas agora, ela já não clama mais no deserto e sim diante de um público que aumenta a cada dia. Aquela trilha já não aparece mais apenas como um caminho exclusivo de alguns ecologistas mas como um caminho viável para toda a humanidade. Diante dela, o paradigma do progresso sem fim desnuda sua fragilidade teórica e seu dogma antes inquestionável ameaça ruir. Nesse momento, reunem-se todas as forças para mantê-lo de pé, menos por meio de uma argumentação consistente do que pela repetição de que “não há alternativas” e que qualquer alternativa “é um sonho”.
“É aqui que situo a candidatura da Marina. É evidente que o PV é um partido que pode até ter sido fundado com boas intenções mas hoje converteu-se numa legenda de aluguel. Ninguém imagina que a Marina – na hipótese de ganhar a eleição – vá governar com base no PV. Se eventualmente ela vencer, terá que seguir o caminho de outros presidentes sul-americanos eleitos sem base partidária e recorrer aos plebiscitos e referendos populares para quebrar as amarras de um sistema que “primeiro tomou a terra dos índios e depois escreveu o código civil”, como escreveu o argentino Eduardo de la Cerna”.
“Mesmo que não ganhe, sua candidatura será um grande momento de conscientização popular sobre o destino do Brasil e do Planeta. Marina Silva dispensará os marqueteiros, e entrarão em campanha os seguidores de Paulo Freire”.
“Esta é a diferença da candidatura Marina. Serra, do alto da sua arrogância, estimula a candidatura Marina para derrubar Lula e manter a política de crescimento e concentração de riqueza. Lula, por sua vez, levanta a bandeira da união da esquerda contra Serra, mas também para manter a política de crescimento e de concentração da riqueza, embora mitigada pelas políticas sociais”.
“Marina representa outro paradigma. Não mais a má utopia do progresso sem fim, mas a boa utopia da harmonia planetária. A nossa visão não é restrita a 2010-2014. Estamos mirando a grande crise de 2035 e buscando evitá-la enquanto é tempo ou, na pior das hipóteses, buscar alternativas ao seu enfrentamento.
É por isso, por amor a nossos filhos, netos e netas, temos que dar força à candidatura da Marina. E que Paulo Freire nos ajude a fazer dessa campanha eleitoral uma campanha de educação popular de massas”.
Digo eu com Victor Hugo:”Não há nada de mais poderoso no mundo do que uma idéia cujo tempo já chegou”.
29/8/2009
Para ler mais:
•Uma Silva sucessora de um Silva?
www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Ite...
•O longo exílio da Terra
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•Fator Marina e os católicos
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•Qual será o futuro de nossos netos?
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FONTE: INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS:
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