"Que é essa tal de A Suprema Felicidade? Onde está a felicidade?" Eu penso: que felicidade? A de ontem ou a de hoje?
Comentário de Arnaldo Jabor para o Jornal "O Estado de São Paulo"
Desculpem a autorreferência, que é vitupério - mas, estou terminando meu filme A Suprema Felicidade, que me tomou três anos, entre roteiro, preparação e filmagem. Agora, sairá a primeira cópia.
Amigos me perguntam: "Que é essa tal de "A Suprema Felicidade"?
Onde está a felicidade?"
Eu penso: que felicidade?
A de ontem ou a de hoje?
Antigamente, a felicidade era uma missão a ser cumprida, a conquista de algo maior que nos coroasse de louros; a felicidade demandava "sacrifício". Olhando os retratos antigos, vemos que a felicidade masculina estava ligada à ideia de "dignidade", vitória de um projeto de poder. Vemos os barbudos do século 19 de nariz empinado, perfis de medalha, tirânicos sobre a mulher e os filhos, ocupados em realizar a "felicidade" da família. Mas, quando eu era criança, via em meus parentes, em minha casa, que a tal felicidade era cortada por uma certa tristeza, quase desejada. Já tinha começado o desgaste das famílias nucleares pelo ritmo da modernidade.
Hoje, a felicidade é uma obrigação de mercado.
Ser deprimido não é mais "comercial". A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Esta "felicidade" infantil da mídia se dá num mundo cheio de tragédias sem solução, como uma "disneylândia" cercada de homens-bomba.
A felicidade hoje é "não" ver. Felicidade é uma lista de negações. Não ter câncer, não ler jornal, não sofrer pelas desgraças, não olhar os meninos malabaristas no sinal, não ter coração.
O mundo está tão sujo e terrível que a proposta que se esconde sob a ideia de felicidade é ser um clone de si mesmo, um androide sem sentimentos.
O mercado demanda uma felicidade dinâmica e incessante, cada vez mais confundida com consumo, como uma "fast-food" da alma. O mundo veloz da internet, do celular, do mercado financeiro nos obriga a uma gincana contra a morte ou velhice, melhor dizendo, contra a obsolescência do produto ou a corrosão dos materiais.
A felicidade é ter bom funcionamento. Há décadas, o precursor McLuhan falou que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós é que somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um objeto de consumo, como um "avião", uma máquina peituda, bunduda, o homem também quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador.
A ideia de felicidade é ser desejado.
Felicidade é ser consumido, é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar um objeto de consumo. Não consigo me enquadrar nos rituais de prazer que vejo nas revistas. Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia, não tenho o dom da gargalhada infinita, posso broxar no auge de uma bacanal. Fui educado por jesuítas, para quem o sorriso era quase um pecado, a gargalhada um insulto.
Bem - dirão vocês -, resta-nos o amor... Mas, onde anda hoje em dia, esta pulsão chamada "amor"?
O amor não tem mais porto, não tem onde ancorar, não tem mais a família nuclear para se abrigar. O amor ficou pelas ruas, em busca de objeto, esfarrapado, sem rumo. Não temos mais músicas românticas, nem o lento perder-se dentro de "olhos de ressaca", nem o formicida com guaraná. Mas, mesmo assim, continuamos ansiando por uma felicidade impalpável.
Uma das marcas do século 21 é o fim da crença na plenitude, seja no sexo, no amor e na política.
Se isso é um bem ou um mal, não sei. Mas é inevitável. Temos de parar de sofrer romanticamente porque definhou o antigo amor... No entanto, continuamos - amantes ou filósofos - a sonhar como uma volta ao passado que julgávamos que seria harmônico. Temos a nostalgia lírica por alguma coisa que pode voltar atrás. Não volta. Nada volta atrás.
Sem a promessa de eternidade, tudo vira uma aventura. Em vez da felicidade, temos o gozo rápido do sexo ou o longo sofrimento gozoso do amor; só restaram as fortes emoções, a deliciosa dor, as lágrimas, motéis, perdas, retornos, desertos, luzes brilhantes ou mortiças, a chuva, o sol, o nada. O amor hoje é o cultivo da "intensidade" contra a "eternidade". O amor, para ser eterno hoje em dia, paga o preço de ficar irrealizado. A droga não pode parar de fazer efeito e, para isso, a "prise" não pode passar. Aí, a dor vem como prazer, a saudade como excitação, a parte como o todo, o instante como eterno. E, atenção, não falo de "masoquismo"; falo do espírito do tempo.
Há que perder esperanças antigas e talvez celebrar um sonho mais efêmero. É o fim do "happy end", pois na verdade tudo acaba mal na vida. Estamos diante do fim da insuportável felicidade obrigatória. Em tudo.
Não adianta lamentar a impossibilidade do amor. Cada vez mais o parcial, o fortuito é gozoso. Só o parcial nos excita. Temos de parar de sofrer por uma plenitude que nunca alcançamos.
Hoje, há que assumir a incompletude como única possibilidade humana. E achar isso bom. E gozar com isso.
Não há mais "todo"; só partes. O verdadeiro amor total está ficando impossível, como as narrativas romanescas. Não se chega a lugar nenhum porque não há onde chegar. A felicidade não é sair do mundo, como privilegiados seres, como estrelas de cinema, mas é entrar em contato com a trágica substância de tudo, com o não sentido, das galáxias até o orgasmo. Usamos uma máscara sorridente, um disfarce para nos proteger desse abismo. Mas esse abismo é também nossa salvação. A aceitação do incompleto é um chamado à vida.
Temos de ser felizes sem esperança. E este artigo não é pessimista...
Tópicos: , Cultura, Versão impressa
COMENTÁRIOS
57 comentários
seguirJuliana de Lima Pimentel
Comentado em: A felicidade é uma obrigação de mercado
15 de Setembro de 2010 | 22h10
Sempre amei os textos feitos pelo que chamo, o magnífico Jabor... Mas num é que cada vez mais eles me tiram as esperanças :O Realmente, ser feliz ''vende'' mais. Ser feliz sim, mas não tristemente feliz, se é q vcs me entendem. Mas a felicidade que sai pelos poros sabem? E pq necessariamente crer q tudo é terrível assim? Melhoraria a realidade? Será? A realidade não é boa, mas nada vai melhorar se o pensamento for assim. Sou jovem sim, imatura, talvez... Cheia d vontades e esperanças, muitooooo . E n quero perder isso, a não ser q seja obrigada ou friamente disiludida. E msmo c td d ruim, msmo sendo traída por amigos ou seja lá quem for ou pelo q for... A alegria pela busca de algo melhor, me trará esse algo melhor. Pq se eu acreditar q não tenho motivos p ser feliz, aí realmente pensarei: p q viver? Em busca d q? Só por estar viva e poder ler texto q falam c tanto profisionalismo da realida, já me sinto feliz. Feliz por poder buscar o q quero, por poder esperar meu ''amor eterno'', por poder andar e sorrir p quem precisa d um sorriso. E apenas um sorriso, e verdadeiro, dimui o sofrimento sejá lá por qual motivo for... E este comentário é otimista... Feliz e com esperança *_*
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seguirTACIANO ALVES
Comentado em: A felicidade é uma obrigação de mercado
25 de Agosto de 2010 | 22h27
Tenho poucos anos de experiência para descrever com tanta clareza a dura realidade como você Jabor. Entretanto, há muito tempo vejo os valores perdidos. O casamento é uma instituição que já nascem com os seus "sócios" pensando na falência. As crianças têm um conhecimento da tecnologia anos luz a frente de nós. Rir para manter as aparências tornou-se uma obrigação, que nos leva ao limite da realidade nos confundindo com o que é certo e o errado. Não acredito mais em contos de fadas, não consigo crer em Papai Noel, nem Coelho da Páscoa. Usamos hoje uma felicidade sintética, sem origem, sem porquê. Estou debruçado em minha vida esperando que essa realidade seja passageira e que um novo diluvio limpe o mundo. Pena que podem sobrar pouquíssimas pessoas.
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seguirCarla Marzagão
Comentado em: A felicidade é uma obrigação de mercado
23 de Agosto de 2010 | 22h24
Jabor, tudo, há muito, virou obrigação de mercado, não acredito em Papai Noel, cegonha, liberdade de imprensa, nem em livre-arbítrio, comecei a desconfiar que esse último não existia quando aos 28 anos meu filho faleceu e eu tinha decidido, com meus botões, que morreria primeiro do que ele, tive confirmação quando percebi que é impossível você deixar de sentir o que quer que seja. Pode parecer ilógico o que estou dizendo, mas se raciocinar direitinho vai ver que não é. Sua crônica, uma epifania à esperança, traduz o que penso hoje e o que vivenciei ontem. O valor da modernidade é inversamente proporcional ao valor humano.
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Desculpem a autorreferência, que é vitupério - mas, estou terminando meu filme A Suprema Felicidade, que me tomou três anos, entre roteiro, preparação e filmagem. Agora, sairá a primeira cópia.
Amigos me perguntam: "Que é essa tal de "A Suprema Felicidade"?
Onde está a felicidade?"
Eu penso: que felicidade?
A de ontem ou a de hoje?
Antigamente, a felicidade era uma missão a ser cumprida, a conquista de algo maior que nos coroasse de louros; a felicidade demandava "sacrifício". Olhando os retratos antigos, vemos que a felicidade masculina estava ligada à ideia de "dignidade", vitória de um projeto de poder. Vemos os barbudos do século 19 de nariz empinado, perfis de medalha, tirânicos sobre a mulher e os filhos, ocupados em realizar a "felicidade" da família. Mas, quando eu era criança, via em meus parentes, em minha casa, que a tal felicidade era cortada por uma certa tristeza, quase desejada. Já tinha começado o desgaste das famílias nucleares pelo ritmo da modernidade.
Hoje, a felicidade é uma obrigação de mercado.
Ser deprimido não é mais "comercial". A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória. É impossível ser feliz como nos anúncios de margarina, é impossível ser sexy como nos comerciais de cerveja. Esta "felicidade" infantil da mídia se dá num mundo cheio de tragédias sem solução, como uma "disneylândia" cercada de homens-bomba.
A felicidade hoje é "não" ver. Felicidade é uma lista de negações. Não ter câncer, não ler jornal, não sofrer pelas desgraças, não olhar os meninos malabaristas no sinal, não ter coração.
O mundo está tão sujo e terrível que a proposta que se esconde sob a ideia de felicidade é ser um clone de si mesmo, um androide sem sentimentos.
O mercado demanda uma felicidade dinâmica e incessante, cada vez mais confundida com consumo, como uma "fast-food" da alma. O mundo veloz da internet, do celular, do mercado financeiro nos obriga a uma gincana contra a morte ou velhice, melhor dizendo, contra a obsolescência do produto ou a corrosão dos materiais.
A felicidade é ter bom funcionamento. Há décadas, o precursor McLuhan falou que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, nós é que somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um objeto de consumo, como um "avião", uma máquina peituda, bunduda, o homem também quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente, e mais que tudo, um grande pênis voador.
A ideia de felicidade é ser desejado.
Felicidade é ser consumido, é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar um objeto de consumo. Não consigo me enquadrar nos rituais de prazer que vejo nas revistas. Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia, não tenho o dom da gargalhada infinita, posso broxar no auge de uma bacanal. Fui educado por jesuítas, para quem o sorriso era quase um pecado, a gargalhada um insulto.
Bem - dirão vocês -, resta-nos o amor... Mas, onde anda hoje em dia, esta pulsão chamada "amor"?
O amor não tem mais porto, não tem onde ancorar, não tem mais a família nuclear para se abrigar. O amor ficou pelas ruas, em busca de objeto, esfarrapado, sem rumo. Não temos mais músicas românticas, nem o lento perder-se dentro de "olhos de ressaca", nem o formicida com guaraná. Mas, mesmo assim, continuamos ansiando por uma felicidade impalpável.
Uma das marcas do século 21 é o fim da crença na plenitude, seja no sexo, no amor e na política.
Se isso é um bem ou um mal, não sei. Mas é inevitável. Temos de parar de sofrer romanticamente porque definhou o antigo amor... No entanto, continuamos - amantes ou filósofos - a sonhar como uma volta ao passado que julgávamos que seria harmônico. Temos a nostalgia lírica por alguma coisa que pode voltar atrás. Não volta. Nada volta atrás.
Sem a promessa de eternidade, tudo vira uma aventura. Em vez da felicidade, temos o gozo rápido do sexo ou o longo sofrimento gozoso do amor; só restaram as fortes emoções, a deliciosa dor, as lágrimas, motéis, perdas, retornos, desertos, luzes brilhantes ou mortiças, a chuva, o sol, o nada. O amor hoje é o cultivo da "intensidade" contra a "eternidade". O amor, para ser eterno hoje em dia, paga o preço de ficar irrealizado. A droga não pode parar de fazer efeito e, para isso, a "prise" não pode passar. Aí, a dor vem como prazer, a saudade como excitação, a parte como o todo, o instante como eterno. E, atenção, não falo de "masoquismo"; falo do espírito do tempo.
Há que perder esperanças antigas e talvez celebrar um sonho mais efêmero. É o fim do "happy end", pois na verdade tudo acaba mal na vida. Estamos diante do fim da insuportável felicidade obrigatória. Em tudo.
Não adianta lamentar a impossibilidade do amor. Cada vez mais o parcial, o fortuito é gozoso. Só o parcial nos excita. Temos de parar de sofrer por uma plenitude que nunca alcançamos.
Hoje, há que assumir a incompletude como única possibilidade humana. E achar isso bom. E gozar com isso.
Não há mais "todo"; só partes. O verdadeiro amor total está ficando impossível, como as narrativas romanescas. Não se chega a lugar nenhum porque não há onde chegar. A felicidade não é sair do mundo, como privilegiados seres, como estrelas de cinema, mas é entrar em contato com a trágica substância de tudo, com o não sentido, das galáxias até o orgasmo. Usamos uma máscara sorridente, um disfarce para nos proteger desse abismo. Mas esse abismo é também nossa salvação. A aceitação do incompleto é um chamado à vida.
Temos de ser felizes sem esperança. E este artigo não é pessimista...
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15 de Setembro de 2010 | 22h10
Sempre amei os textos feitos pelo que chamo, o magnífico Jabor... Mas num é que cada vez mais eles me tiram as esperanças :O Realmente, ser feliz ''vende'' mais. Ser feliz sim, mas não tristemente feliz, se é q vcs me entendem. Mas a felicidade que sai pelos poros sabem? E pq necessariamente crer q tudo é terrível assim? Melhoraria a realidade? Será? A realidade não é boa, mas nada vai melhorar se o pensamento for assim. Sou jovem sim, imatura, talvez... Cheia d vontades e esperanças, muitooooo . E n quero perder isso, a não ser q seja obrigada ou friamente disiludida. E msmo c td d ruim, msmo sendo traída por amigos ou seja lá quem for ou pelo q for... A alegria pela busca de algo melhor, me trará esse algo melhor. Pq se eu acreditar q não tenho motivos p ser feliz, aí realmente pensarei: p q viver? Em busca d q? Só por estar viva e poder ler texto q falam c tanto profisionalismo da realida, já me sinto feliz. Feliz por poder buscar o q quero, por poder esperar meu ''amor eterno'', por poder andar e sorrir p quem precisa d um sorriso. E apenas um sorriso, e verdadeiro, dimui o sofrimento sejá lá por qual motivo for... E este comentário é otimista... Feliz e com esperança *_*
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25 de Agosto de 2010 | 22h27
Tenho poucos anos de experiência para descrever com tanta clareza a dura realidade como você Jabor. Entretanto, há muito tempo vejo os valores perdidos. O casamento é uma instituição que já nascem com os seus "sócios" pensando na falência. As crianças têm um conhecimento da tecnologia anos luz a frente de nós. Rir para manter as aparências tornou-se uma obrigação, que nos leva ao limite da realidade nos confundindo com o que é certo e o errado. Não acredito mais em contos de fadas, não consigo crer em Papai Noel, nem Coelho da Páscoa. Usamos hoje uma felicidade sintética, sem origem, sem porquê. Estou debruçado em minha vida esperando que essa realidade seja passageira e que um novo diluvio limpe o mundo. Pena que podem sobrar pouquíssimas pessoas.
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23 de Agosto de 2010 | 22h24
Jabor, tudo, há muito, virou obrigação de mercado, não acredito em Papai Noel, cegonha, liberdade de imprensa, nem em livre-arbítrio, comecei a desconfiar que esse último não existia quando aos 28 anos meu filho faleceu e eu tinha decidido, com meus botões, que morreria primeiro do que ele, tive confirmação quando percebi que é impossível você deixar de sentir o que quer que seja. Pode parecer ilógico o que estou dizendo, mas se raciocinar direitinho vai ver que não é. Sua crônica, uma epifania à esperança, traduz o que penso hoje e o que vivenciei ontem. O valor da modernidade é inversamente proporcional ao valor humano.
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