sábado, maio 28, 2011

OS 8 FUNDADORES DO MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO EM 1947



http://www.domaracional.com.br/Oito.htm

OS 8 FUNDADORES DO MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO

Paixão Cortes
Orlando Jorge Degrazia
Antônio João de Sá Siqueira
Fernando Machado Vieira
João Machado Vieira
Cilso Araújo Campos
Ciro Dias da Costa
Cyro Dutra Ferreira


Em 7 de Setembro de 1947 um grupo de oito estudantes, liderados por João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes, capturam uma fagulha da Pira da Pátria, em Porto Alegre utilizando um cabo de vassoura com trapos enrolados na ponta, com a permissão do então Major Darcy Vignolli, responsável pela organização das festividade da "Semana da Pátria, para transformá-la em "Chama Crioula", como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe, e do desejo de que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros durante até o dia 20 de setembro, data magna estadual.

O improvisado gesto tornou-se épico, lançando as bases do Movimento Tradicionalista do Rio Grande do Sul, que hoje, encontra-se espalhado pelo Brasil, Estados Unidos, Europa e Ásia.

Alunos do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, na Capital, eles sofreram vaias e zombarias naquele 1947. Era ridículo andar de bombachas e não convinha tomar chimarrão nas praças.
Os oitos desbravadores da Chama Crioula estavam no ardor de seus 20 anos, saudosos das raízes do campo e, sobretudo perceberam que os hábitos e cultura do Rio Grande do Sul poderiam ser exterminados. Naquele pós-II Guerra Mundial, a hegemonia norte-americana se infiltrava por meio de músicas, filmes, estilos e modo de vida caubói. Para piorar, a herança da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945) inibia a valorização regionalista em nome da unidade nacional.
Paixão Cortês e seus sete companheiros perceberam a urgência de agir o mais rápido possível.
Organizara, um departamento de Tradições Gaúchas (DTG) dentro do |Colégio Julinho, estimulando concursos de danças, poesia, culinária, tertúlias e palestras. Embrião dos atuais Centros de Tradições Gaúchas (CTG), o DTG criou objetivos que até hoje vigoram.
É uma espécie de Constituição Crioula.
Os oitos bombachudos fizeram outras proezas, abismando os cerca de 350 mil moradores de Porto Alegre que já se encontrava com contornos de metrópole com edifícios, avenidas e roucos de automóveis. Ao salvarem o que parecia se perder nos galpões transformaram o ano de 1947 em mais um documento de identidade dos rio-grandeses.
A chama crioula que acendeu, há seis décadas o fervor em ser gaúcho não foi eternizada num repente.

As surpresas iniciaram-se no final de agosto, quando montaram um simbólico galpão dentro do Julinho, com fogo de chão, roda de chimarrão e declamação, fundando o DTG.
Em 5 de setembro, os oito jovens emocionaram a Capital ao escoltar os restos mortais do general farroupilha David Canabarro. Pilchados, com cavalos cedidos pelo Regimento Osório acompanharam o esquife de Canabarro, transportado de Santana do Livramento para ser enterrado no Panteão Rio-Grandense, em Porto Alegre. As exéquias faziam parte da Semana da Pátria. Acostumados a gracejos e deboches, comoveram-se com a receptividade das pessoas que acenavam com lenços e com outras que choravam de emoção. Um acidente quase comprometeu a escolta. Na Rua da Conceição, o cavalo de Cilço Araújo Campos, um dos porta-bandeiras do piquete, escorregou e se pranchou (caiu de lado). Fernando Vieira, que vinha atrás, esporreou a sua montaria e alcançou a bandeira do Brasil no ar, evitando que caísse. A sua perícia foi aplaudida pelo povo.
O cortejo de honra rendeu valiosas adesões. Maravilhado com aqueles gaudérios que evocaram Piratini, onde nasceu, Luiz Carlos Barbosa Lessa se integrou ao grupo. O futuro escritor, folclorista, músico e historiador era outro desgarrado que se afligia com as trevas que envolviam a cultura gaúcha.
O governo não cumpriu a promessa de construir o panteão (Canabarro jaz numa parede do cemitério da Santa Casa), mas os oito colegas seguiram a cavalgada, reforçados por novos idealistas.
Em 7 de Setembro, quando Paixão Côrtes apanhou a centelha do fogo da Pira da Pátria, já havia voluntários suficientes para a “Ronda” que se estendeu até o dia 20, a data da Revolução Farroupilha.
Ivo Sanguinetti, Rubens Xavier, Barbosa Lessa e outros indormidos ajudaram a manter aceso o candeeiro crioulo.

Texto do site:
http://www.domaracional.com.br/Oito.htm