E VIVA O PARAGUAY E VIVA A CHUVA
ON THE ROAD
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
De como as coisas melhoram....
Estavamos doidos para sair do Deserto de Atacama( no Chile, onde tivemos todos aqueles problemas. A Gio melhorou e pegamos a estrada de volta no sábado. Deixamos para trás San Pedro, que é simpática, poeirenta e cheia de jovens mochileiros e uns desbundados bichos-grilo. Mas não senti falta de água e estivemos em 2 hoteis. Um na chegada, tarde da noite devido aos acontecimentos, o Don Raul, mais caro. Depois nos mudamos para o Chiloe, mais barato bom e simpático. Na frente dele passa um canal que traz água do degelo, segundo me disse a dona. Mas não é usada para consumo.
As meninas se comportaram bem na viagem, dormiram quase o tempo todo. Na passagem por Jama, entrada na Argentina, a mais de 4000 m, Gio vomitou de novo. Mas chegamos bem em Jujuy, sábado a tardinha. Estamos só escolhendo restaurantes e hoteis que aceitam cartão de crédito, pois me sobraram o Master e o American. Ficamos no hotel Internacional, bem na esquina da Catedral. No domingo liguei para o Amex para pedir um código e assim poder sacar dinheiro no crédito. Terei que pagar taxas, mas pelo menos posso me capitalizar no momento para sair dessa situação. Finalmente, ligando para o Brasil e falando com o Amex, consegui sacar. Pagamos o hotel e - pé na estrada!
Fomos rumo a Formosa, pela RN81, para tentar entrar por Clorinda/Asunción. É um baita trecho: 940 km. A estrada é formada por longas retas, como é característico de todas as estradas do norte da Argentina, dentro das planícies da Pampa. O problema da primeira metade do longo trecho são os rebanhos soltos. São bois, cavalos, cabras e burricos. E é semi-desértico de almas e cidades. O GPS dava o horário de chegada: 23:05, e tinhamos saido de Jujuy aí pelas 13 hs. Víamos grandes nuvens para o leste, a direção da nossa proa. O dia acabou e, já mais perto de Formosa, pegamos um pouco de chuva. O único incidente foi que atropelei um gambá. Peguei ele bem no meio e as meninas viram. Já estavam me acusando de ser assassino de dezenas de rãs e sapos que pulavam pela estrada. E antes já havia pegado um passarinho que bobeou na minha frente. Mas não houve nada com o carro.
Chegamos em Formosa no horário previsto. Todos cansados e com fome. Paramos no bolicho do Chicho, ou algo assim. Pedi pizza pra todos e pollo con purê para Gio. Depois, peregrinação para hotel e finalmente banho e cama, aí pelas 2 da manhã. Ficamos em um hotel 1/2 estrela, o San Martin, na avenida 25 de mayo,por 185 pesos (77 reais) os quatro. Formosa é muito simpática, com a avenida principal ligando o porto do rio Paraguay com a grande praça San Martin, de 4 hectares. Gostei da cidade...
Antes do 1/2 dia saimos rumo a Clorinda. Para passar ao Paraguay há 2 caminhos: balsa ou ponte, que é um pouco mais distante. Decidí pela balsa e estavamos quase lá quando um membro da valorosa gendarmeria me parou dizendo que a balsa estava bloqueada pelos comerciantes e que talvez pela ponte dessem passagem aos carros chicos. Perguntei se eram os comerciantes de lá ou de cá e ele respondeu que eram os de cá. Então seguimos pela ponte. Na chegada, uma confusão de caminhões parados. Os carros foram passando até que Na chegada, uma confusão de caminhões parados. Os carros foram passando até que chegamos em um grande terminal também confuso, onde um homem me indicou estacionar e segui-lo. Me indicou um guichê e eu não sabia se estava na Argentina ou Paraguay. Entreguei ao do guichê os papéis da migração argentina e fui para outro guichê, este paraguaio. Me pediu as certidões de nascimento das meninas e minha certidão de casamento. Me pediu também o certificado de vacina (?). É claro que eu não tinha nada disso. Ele fez uma cara meio contrariada e disse para eu esperar um pouco. Voltou depois e me passou um papel da migração, com minha entrada e as das meninas, dizendo que havia conseguido dar um jeito. Me pediu 100 pesos como propina. Dei, e dei mais uns 8 pesos, que era o que eu tinha de trocados, ao cara que me acompanhou nos guichês. Que formas de ganhar dinheiro...
Finalmente chegamos em Asunción e estamos muito bem instalados no hotel Sabe Center, a 104 dólares a diária para os quatro. Amanhã (25/1) cruzaremos os trezentos e picos km's do Paraguay até Foz do Iguaçu, onde pretendo fazer a revisão de 30000km da Tucson enquanto descansamos em um hotel.
Jorge Antonio Degrazia Sarturi
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