Horticultura dos Indios no Brasil
Horticultura brasílica
Em 1500, nas terras do litoral, relativamente mais férteis do que as do interior, vivia população estimada em um milhão de americanos. Nessa época, as matas que cobriam a longa faixa litorânea que se estendia do cabo de São Roque, no atual Rio Grande do Norte, ao Rio Grande do Sul, eram habitadas por aproximadamente 600 mil nativos de língua tupi-guarani - tupinambás, sobretudo, e guaranis, em menor quantidade. (5)
De 150 a 250 tupi-guaranis viviam em aldeias independentes, estabelecidas em territórios de domínio comunitário, dedicados à caça, à pesca, à coleta e à horticultura. Em média, uma aldeia tupi do litoral necessitava um território de uns 45 km². Portanto, uma ocupação demográfica de densidade significativamente baixa, sobretudo em relação aos níveis alcançados nas regiões assinaladas da América Central e Andina. (6)
Os tupi-guaranis praticavam horticultura parcelar, familiar e extensiva de subsistência, em área florestal tropical e subtropical. Essa produção apoiava-se nos diversos tipos de milho (Zea mays), de feijão (Phaseolus e Canavalia), de batata-doce (Ipomoea batatas) e, sobretudo, de mandioca (Manihot esculenta) - raiz provavelmente originária do litoral tropical brasileiro, rica em amido, excelente fonte de energia, que se torna alimento quase perfeito quando ingerido com qualquer fonte protéica como as carnes.
Além de outros gêneros, essas comunidades exploraram igualmente o cará (Dioscoréa sp), o amendoim (Arachis hypogaea), a abóbora (Cucurbita), a banana, o abacaxi, o tabaco, o algodão e as pimentas. Fatores geo-ecológicos e sobretudo o nível de desenvolvimento civilizatório determinavam que a prática horticultora tupi-guarani assumisse caráter itinerante. (7)
A técnica de base dessas práticas horticultoras - coivara - nascia da abundância e da qualidade das terras; da ausência de ferramentas desenvolvidas; do desconhecimento da fertilização das terras e da escassez relativa de braços. A horticultura tupi-guarani assentava-se sobre o uso da energia humana e do fogo, desconhecendo o arado, a tração animal, a irrigação e a adubação em larga escala, a não ser em forma embrionária.
Mario Maestri Filho
(parte da Conferência " A Aldeia Ausente" ,UNICAMP, Campinas, 21 de novembro de 2001)
Em 1500, nas terras do litoral, relativamente mais férteis do que as do interior, vivia população estimada em um milhão de americanos. Nessa época, as matas que cobriam a longa faixa litorânea que se estendia do cabo de São Roque, no atual Rio Grande do Norte, ao Rio Grande do Sul, eram habitadas por aproximadamente 600 mil nativos de língua tupi-guarani - tupinambás, sobretudo, e guaranis, em menor quantidade. (5)
De 150 a 250 tupi-guaranis viviam em aldeias independentes, estabelecidas em territórios de domínio comunitário, dedicados à caça, à pesca, à coleta e à horticultura. Em média, uma aldeia tupi do litoral necessitava um território de uns 45 km². Portanto, uma ocupação demográfica de densidade significativamente baixa, sobretudo em relação aos níveis alcançados nas regiões assinaladas da América Central e Andina. (6)
Os tupi-guaranis praticavam horticultura parcelar, familiar e extensiva de subsistência, em área florestal tropical e subtropical. Essa produção apoiava-se nos diversos tipos de milho (Zea mays), de feijão (Phaseolus e Canavalia), de batata-doce (Ipomoea batatas) e, sobretudo, de mandioca (Manihot esculenta) - raiz provavelmente originária do litoral tropical brasileiro, rica em amido, excelente fonte de energia, que se torna alimento quase perfeito quando ingerido com qualquer fonte protéica como as carnes.
Além de outros gêneros, essas comunidades exploraram igualmente o cará (Dioscoréa sp), o amendoim (Arachis hypogaea), a abóbora (Cucurbita), a banana, o abacaxi, o tabaco, o algodão e as pimentas. Fatores geo-ecológicos e sobretudo o nível de desenvolvimento civilizatório determinavam que a prática horticultora tupi-guarani assumisse caráter itinerante. (7)
A técnica de base dessas práticas horticultoras - coivara - nascia da abundância e da qualidade das terras; da ausência de ferramentas desenvolvidas; do desconhecimento da fertilização das terras e da escassez relativa de braços. A horticultura tupi-guarani assentava-se sobre o uso da energia humana e do fogo, desconhecendo o arado, a tração animal, a irrigação e a adubação em larga escala, a não ser em forma embrionária.
Mario Maestri Filho
(parte da Conferência " A Aldeia Ausente" ,UNICAMP, Campinas, 21 de novembro de 2001)
1 Comments:
muito legal e interessante
vc esta de parabens!!
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